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José Moraes

Nascido no bairro do Encantado, no Rio de Janeiro, José Moraes entrou com 17 na Escola Nacional de Belas Artes, onde estudou pintura com Marques Júnior e Quirino Campofiorito. Este o apresentou a Portinari, de quem se tornou amigo e, mais adiante, assistente de estúdio. Com ele, trabalhou em conjunto em importantes obras como o mural do São Francisco, na Igreja da Pampulha, em Belo Horizonte.

 

“No período em que trabalhou no Rio de Janeiro, Moraes desempenhou significativo papel na consolidação da modernidade brasileira”, afirma o curador. Segundo ele, apesar da realização da Semana de Arte Moderna, em 1922, em São Paulo, houve bastante resistência dos acadêmicos e dos salões oficiais de arte, por eles dominados, aos modernistas tanto na década de 1920 como na seguinte, apesar da realização do Salão Revolucionário, no Rio de Janeiro, em 1931, por Lúcio Costa, derrubado logo em seguida pelos acadêmicos. Na Escola Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro, o artista liderou importantes manifestações afinadas com o ideário modernista. Foi um dos líderes do Grupo dos Dissidentes, no início dos anos 1940 contra a orientação retrógada do ensino na referida escola.  O Grupo dos Dissidentes, juntamente com os integrantes do Grupo Guignard, que atuou no mesmo período, foram decisivos para a expansão do ‘ideário moderno no Brasil’, conforme relata Enock Sacramento. 

 

Moraes participou também da história Exposição de Arte Moderna, realizada em 1944 em Belo Horizonte, a partir do convite do então prefeito da cidade, Juscelino Kubitschek. Algumas obras dessa exposição foram cortadas a estilete, entre as quais uma de Portinari, naquilo que ficou conhecido como “o batismo de sangue da arte moderna brasileira”. A saga desses grupos ficou registrada em outra exposição histórica, desta vez no Rio de Janeiro, na Galeria de Arte BANERJ, curada por Frederico Moraes, em 1986. “Defendo que José Moraes é importante na consolidação da nossa modernidade e isso não está descrito com todas as letras na história da arte brasileira”, enfatiza Enock.  E finaliza: “Além disso, foi um desenhista, um pintor e um professor de qualidade. Glauco Rodrigues foi um de seus alunos”.

 

Texto de Enock Sacramento para a exposição do artista na Galeria André

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