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Frederico Evaristo

Frederico Evaristo, em sua mais recente exposição, apresenta um conjunto de obras em porcelana e cerâmica predominantemente brancas, e fotografias revelando uma profunda reflexão sobre o caos contemporâneo e as interdependências entre a natureza e os seres humanos. Suas peças dialogam com as obras de artistas como Louise Bourgeois, cujas esculturas em tecido e metal exploram memórias e emoções, e o minimalismo de Agnes Martin, cuja paleta de cores e formas simples criam um espaço de contemplação que ressoa com a predominância do branco nas cerâmicas de Frederico.
 

Desde sua infância, marcada por um fascínio pela preservação da memória através do empalhamento de pequenos animais, o artista construiu uma trajetória artística que flui entre a escultura sacra, a pintura, a fotografia, a videoarte e o cinema, culminando agora em uma investigação poética e estética na cerâmica.Assim como Twombly, Frederico Evaristo não segue um processo criativo linear; suas obras emergem tanto de esboços quanto da manipulação direta da matéria, criando novos seres e mundos possíveis que desafiam as expectativas do espectador.As peças de Frederico, que ele denomina "seres compartilhantes", remetem à noção de coexistência e interdependência, conceitos explorados por artistas contemporâneos como Olafur Eliasson, cujas instalações interativas convidam o público a refletir sobre sua relação com o ambiente e com os outros. O branco predominante em suas cerâmicas serve não apenas como uma cor, mas como um espaço de potencial, uma história em branco que celebra o novo e a transformação. As texturas, formas e detalhes das obras de Frederico evocam um diálogo constante entre o tradicional e o contemporâneo, o natural e o criado, propondo uma reflexão sobre a forma como habitamos e transformamos o mundo ao nosso redor.

 

Roberto Bertani

Entre a Leveza do Branco e o Peso do Caos 

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